Resenha do filme: “Cafundó”
Direção: Paulo Betti e Clóvis Bueno
Ficha técnica:
Produtora: Prole de Ação.
Ano: 2005.
Direção: Clóvis Bueno, Paulo Betti.
Direção de arte: Vera Hamburger.
Direção de fotografia: José Roberto Eliezer.
Produção Executiva: Virginia W. Moraes Caio Gullane, Fabiano Gullane, R. A. Gennaro. Roteiro: Clóvis Bueno.
Produção: Paulo Betti.
Co-produção: Gullane Filmes Tele imagem.
Som: Márcio Câmara, Beto Ferraz.
Produção de finalização: Eliane Ferreira.
Maquiagem: Anna Van Steen. Figurino: Bia Salgado.
Elenco Principal:
Lázaro Ramos (João), Leona Cavalli (Rosário), Leandro Firmino (Cirino),
Valéria Monã (Levinda), Chica Lopes (Nhá Chica), Ernani Moraes (Coronel
Justino), Francisco Leão (Alfredinho).
No
inicio do filme, João passa seu tempo ao lado de seus amigos Cirino,
Levinda e Teodoro, roubam para se manterem vivos. Eles trabalham, sempre
em serviços duros e que mal os sustentam, representando bem a realidade
vivida pelos negros libertados naquela época no Brasil.
Envolvendo
um grande mistério ligado a religião, a cruz é vista como uma
representação da religião presentes em varias cenas do filme, a religião
Umbanda que é praticada em lugares inusitados, como a mãe de João
relata ao contar a historia de Alfredinho.
Em
uma destas festas também vistas como rituais que João conhece Rosário,
personagem vivida por Leona Cavalli, uma mulher cheia de mistérios. Os
dois então decidem se casar e passam a viver uma vida de trabalho pesado
e duro num milharal da cidade, mas que mal os sustentam. O clima de
mistério durante o filme que envolve também o mistério da religião.
O
Mistério aumenta cada vez mais durante o filme, numa cena em que João e
Rosário vão ate a cidade vender seus milhos e encontram na cidade uma
grande parte da população contaminada pela febre amarela. Passando pela
cidade uma vidente observa Rosário não gosta do jeito da moça e lhe roga
uma maldição. Ambos ficam preocupados com tudo que acontecera com a
maldição e com a epidemia da febre que era muito comum naquela época
pelo fato da medicina ainda desconhecer algumas doenças.
Alguns
dias depois João decide ir visitar sua mãe e a encontra muito mal, pois
havia contraído a febre e se encontra num estado terminal.
Como
não havia muito que fazer João decide voltar para casa ver Rosário.
Chegando a casa João fica decepcionado e desolado de tristeza ao
encontrar sua mulher Rosário aos braços de outro homem, a revolta é
tanta que João persegue os dois com uma vara, Rosário vai embora e João
mesmo desorientado decide seguir com sua vida normal. Mas em alguns
momentos desolado pela solidão João se embriaga e começa a ter
alucinações e numa destas alucinações João tem um encontro espiritual
com o falecido padre João Soares, com o menino Alfredinho. A partir
dessas “visões” ele decide construir uma igreja onde faz sacrifícios com
sangue e cura doenças sendo considerado então um feiticeiro e por causa
disto é preso.
Mas
para a maioria da população negra João é considerado Santo, por fazer
tais milagres e pela sua fé elevada que o fazia ser diferente.
Como
na realidade, a história vivida em Cafundó, a fé para algumas pessoas é
o principal fundamento da vida terrena e por mais que o preconceito
repudia essas crenças, a fé expressa o direito da liberdade de se
acreditar e seguir o que quiser apesar de jamais serem comprovados pela
lógica humana.